Por Delia Steinberg Guzmán
São muitas as doutrinas, tanto filosóficas como religiosas, que nos ensinam que o sofrimento cessa com o conhecimento. E esta afirmação que cremos entender, de alguma forma, nos leva a propormos algumas perguntas: quais são os conhecimentos que podem suavizar a dor? que limites têm esses conhecimentos? É evidente que nem todos os conhecimentos servem para trazer a felicidade aos homens. Também é evidente que se o conhecimento tivesse limites, também a dor seria limitada...
São muitas as doutrinas, tanto filosóficas como religiosas, que nos ensinam que o sofrimento cessa com o conhecimento. E esta afirmação que cremos entender, de alguma forma, nos leva a propormos algumas perguntas: quais são os conhecimentos que podem suavizar a dor? que limites têm esses conhecimentos? É evidente que nem todos os conhecimentos servem para trazer a felicidade aos homens. Também é evidente que se o conhecimento tivesse limites, também a dor seria limitada...
Entretanto, a vida nos mostra continuamente que a dor é infinita, e que quando um conhecimento nos traz alívio, surge de imediato uma nova dor que supera a anterior e exige outro tipo de conhecimento que a diminua.
Assim, ante nossa pergunta de quais os conhecimentos que ajudam efetivamente a vencer a angústia humana, temos que somente aqueles que apagam a ignorância interior e semeiam uma luz imperecível cumprem sua real missão. Nem sempre basta enchermos a cabeça de dados a que chamamos "conhecimento", mas é preciso que esses dados signifiquem uma resposta aos nossos chamados e inquietudes. Os conhecimentos também podem medir-se segundo sua maior ou menor duração e, de acordo com os filósofos de todas as épocas, os que mais duram são os que mais se aproximam da Verdade. Neste caso, a duração é um equivalente de permanência, de imutabilidade, de estabilidade perfeita. E daqui deriva nossa "Atitude Acropolitana" de buscar aquelas idéias constantes, as que sempre são repetidas ao longo da História em uma ou outra linguagem, porque vemos nestas idéias equivalentes uma mostra da mesma verdade vestida com diferentes roupagens.
E quais são os limites destes conhecimentos, já que os limites são dados pela própria evolução humana? O horizonte tem a altura dos olhos que o miram: quanto mais cresce o homem, mais amplo se faz seu horizonte, e quanto mais caminha esse homem alto, esse homem acropolitano, mais retrocede o horizonte, abarcando extensões infinitas e hoje desconhecidas. Mas, por outro lado, ante o homem que se arrasta e se deixa cair nas dificuldades, o horizonte é apenas uma linha muito próxima, sem esperanças e sem maiores vislumbres. O que agora é mistério pode ser amanhã conhecimento; o que agora é escuridão pode ser luz amanhã; o que agora é horizonte linear pode ser amanhã caminho largo e pleno de perspectivas. Mas é preciso homens valorosos, capazes de lutar erguidos e de não parar no caminho por muitos que sejam os espinhos que machuquem seus pés. Somente ante esses homens o Mistério abre suas portas e se torna Conhecimento. Somente ante esses homens o conhecimento é tão amplo para anular todo o sofrimento, toda a ignorância, toda a incompreensão, para, enfim, transformar em rosas tudo o que começou sendo espinhos.
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