9 de outubro de 2009

Quantos minutos tem suas horas?

Pensar em nossas experiências, leva-nos a perguntar onde e quando ocorreram. Assim, nada do que acontece pode ser avaliado fora do tempo, pois o tempo é o veículo pelo qual experimentamos o mundo. Como estamos condicionados a ele, muitas vezes o tempo assume para nós o papel de um tirano que nos aprisiona. Como podemos modificar essa sensação?

Algo importante a entender é que vivemos não somente numa dimensão física, mas também psicológica e espiritual. O tempo, que comumente falamos, é físico, mensurável em horas e minutos, mas assim como nossos aspectos psicológicos e espirituais diferem do físico, também o tempo age de forma distinta nessas dimensões, basta fazer algo que nos agrada, para que várias horas passem como um único instante e, quando em situações desagradáveis, o ‘tempo’, não passa. Medimos dessa forma o tempo numa dimensão psicológica, que transcende o material e suas limitações.

Um outro aspecto ocorre quando adquirimos algum conhecimento: muitas vezes precisamos de pouco tempo para atesourá-lo, mas por sua vez, a humanidade precisou de incontáveis experiências ao longo de sua história para alcançá-lo e colocá-lo à disposição, para ser adquirido num mínimo tempo mental. As próprias experiências físicas, que levaram ao aprendizado, se resumem na percepção mental, que temporalmente é mínima.

Os sábios do antigo Egito já conheciam esses valores e o aplicavam, o que talvez possa explicar em parte a colossal longevidade dessa civilização.

Dessa forma, o homem pode ser um transformador e acelerador de processos. Podemos ter um certo domínio sobre o tempo, desde que consigamos modificar nossas concepções sobre o mundo e sobre nós mesmos, entender que as dimensões mais apropriadas do ente humano estão além do que vemos e tocamos. Quanto maior atenção e cuidado tivermos com nossas dimensões mais sutis, mais velozes seremos. Assim, o tempo físico mudará, pois 60 minutos físicos podem estar repletos de experiências que enriquecem e fortalecem nosso ser interno. O oposto, nos leva a perder as oportunidades de vivência pelas quais passamos num determinado tempo, por isso precisaremos de mais tempo para viver as mesmas coisas e percebê-las.

Nossas horas não dependeriam de cronômetros, pois nossa vida não estaria focada nem limitada no tempo.

Baseado no artigo de Lidia Peres Lopes publicado na revista Nova Acrópole número 19. Resumido e adaptado por Rogério José Gonçalves (diretor da Escola de Filosofia Nova Acrópole filial Andrômeda – São José dos Campos-SP).

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