Por Mariana
Retirado de seu blog palerms.zip.net
Quando penso em filosofia e quando as circunstâncias me permitem falar dela, gosto de pensar em dois filósofos: o primeiro que foi o criador do nome filosofia; o segundo, aquele que é considerado o disseminador dela para toda a humanidade ocidental.
Penso, então, em Pitágoras e Sócrates. Ambos, ao praticarem (sim, praticavam, ao invés de ficarem entre quatro paredes falando de trás de um palanque) filosofia, portavam-se de uma virtude em particular: a humildade.
Pitágoras, por exemplo, inaugurou o termo filosofia na seguinte situação: seus discípulos, não se contentando em chamá-lo apenas de mestre, resolveram chamá-lo de sábio. Pitágoras, então, corrigiu-os, dizendo que não era sábio, mas um amante, um buscador da sabedoria: em grego, um filósofo.
Sócrates eternizou-se com o seguinte postulado: “só sei que nada sei”.
Portanto, caros, o que compõe o verdadeiro significado da filosofia é a busca pelo saber, sem partir do pressuposto de que sabemos algo. Daí, tentar aprender com tudo e todos, para não perder a oportunidade de sair de um segundo para o outro menos ignorante*.
Entendo que é quase inevitavel o comodismo de aceitar conceitos impostos e imortalizados por professores e pela TV. E entendo que os tapas da educação em série das massas ainda ardam em nossos rostos. E por saber que recebemos esses tapas desde antes de formar-mos uma consciência sóbria tenho compaixão por aqueles que chamam de filósofos o ébrio, o carregador de diploma, o poliglota, ou simplemente o homem de óculos no banco da praça.
Entendo que a decadência de valores e de autocontrole de nós mesmos e do curso de nossos pensamentos nos levou a crer que, o que hoje desune os homens se chama Religião, o que expressa o feio e podre se chama Arte, aqueles que compões melodias para o dadaísmo são Músicos, e menores impúberes com cabelos rebeldes fazem Rock.
Contudo, uma vez que conhecemos o verdadeiro e puro conceito de Filosofia, que tem a ver com o resgate de valores e virtudes. Que tem a ver com inquietação ante os esquemas armados sobre como viver e morrer dentro de caixotes. Que tem a ver com buscar a mudança que queremos primeiro em nós, depois ao redor. Que tem a ver com fazerd a vida a aventura de quem não sabe o que está no passo seguinte mas que deseja chegar ao desconhecido com os próprios passos...
Ah... quando conhecemos esse significado simplório e que tanto perde encanto na minha falta de destreza ao escrevê-lo, usar o nome da Filosofia para adjetivar homens e mulheres cômodos, que em sua ignorância dizem saber tudo enquanto lixam as unhas, torna-se um ato de covardia e desrespeito.
Portanto, deixo aqui a oportunidade de possuirem uma outra alternativa a respeito do que é Filosofia.
Oportunidade que recai primeiro sobre mim mesma – que tenho certo compromisso pelo que escrevo – e para leitores que por desventura ainda pensam saber algo enquanto não sabem sequer por onde começar a praticar o que sabem.
Oportunidade de tirarem das vistas um pouco da lama colocada pela informação manipulativa e meios que tanto contribuiram para o atrofiamento de nossos pensamentos sobre tudo.
Filosofia, assim como a Poesia, não é a tradução de vesos soltos sobre torradeiras e pesadelos. Não é o cultivo de pêlos no rosto. Assim como a Arte, não é a lata de tinta que por acidente forma uma imagem. É a explicação sobre a essência humana, sobre o verdadeiro rosto de seus sentimentos e de suas marcas na História. Sobre o que se passa conosco, com a natureza e com o Universo.
Explicação que talvez nunca nos dê o conhecimento pleno, mas que engendra uma trilha de buscas e passos que por vezes tropeçarão, mas que tropeçarão por caminharem segundo seu próprio discenimento e consciência.
Tropeços que são mais dignos e preferíveis do que uma vida de passos retilíneos e firmes que assim o são porque andam presos a fios e correntes enlaçados em seus pés; fios e correntes guiados por mãos de rostos ocultos.
*Ignorância: segundo Platão, em “As Leis”: “amar o que é injusto e odiar o que é justo”.
Retirado de seu blog palerms.zip.net
Quando penso em filosofia e quando as circunstâncias me permitem falar dela, gosto de pensar em dois filósofos: o primeiro que foi o criador do nome filosofia; o segundo, aquele que é considerado o disseminador dela para toda a humanidade ocidental.
Penso, então, em Pitágoras e Sócrates. Ambos, ao praticarem (sim, praticavam, ao invés de ficarem entre quatro paredes falando de trás de um palanque) filosofia, portavam-se de uma virtude em particular: a humildade.
Pitágoras, por exemplo, inaugurou o termo filosofia na seguinte situação: seus discípulos, não se contentando em chamá-lo apenas de mestre, resolveram chamá-lo de sábio. Pitágoras, então, corrigiu-os, dizendo que não era sábio, mas um amante, um buscador da sabedoria: em grego, um filósofo.
Sócrates eternizou-se com o seguinte postulado: “só sei que nada sei”.
Portanto, caros, o que compõe o verdadeiro significado da filosofia é a busca pelo saber, sem partir do pressuposto de que sabemos algo. Daí, tentar aprender com tudo e todos, para não perder a oportunidade de sair de um segundo para o outro menos ignorante*.
Entendo que é quase inevitavel o comodismo de aceitar conceitos impostos e imortalizados por professores e pela TV. E entendo que os tapas da educação em série das massas ainda ardam em nossos rostos. E por saber que recebemos esses tapas desde antes de formar-mos uma consciência sóbria tenho compaixão por aqueles que chamam de filósofos o ébrio, o carregador de diploma, o poliglota, ou simplemente o homem de óculos no banco da praça.
Entendo que a decadência de valores e de autocontrole de nós mesmos e do curso de nossos pensamentos nos levou a crer que, o que hoje desune os homens se chama Religião, o que expressa o feio e podre se chama Arte, aqueles que compões melodias para o dadaísmo são Músicos, e menores impúberes com cabelos rebeldes fazem Rock.
Contudo, uma vez que conhecemos o verdadeiro e puro conceito de Filosofia, que tem a ver com o resgate de valores e virtudes. Que tem a ver com inquietação ante os esquemas armados sobre como viver e morrer dentro de caixotes. Que tem a ver com buscar a mudança que queremos primeiro em nós, depois ao redor. Que tem a ver com fazerd a vida a aventura de quem não sabe o que está no passo seguinte mas que deseja chegar ao desconhecido com os próprios passos...
Ah... quando conhecemos esse significado simplório e que tanto perde encanto na minha falta de destreza ao escrevê-lo, usar o nome da Filosofia para adjetivar homens e mulheres cômodos, que em sua ignorância dizem saber tudo enquanto lixam as unhas, torna-se um ato de covardia e desrespeito.
Portanto, deixo aqui a oportunidade de possuirem uma outra alternativa a respeito do que é Filosofia.
Oportunidade que recai primeiro sobre mim mesma – que tenho certo compromisso pelo que escrevo – e para leitores que por desventura ainda pensam saber algo enquanto não sabem sequer por onde começar a praticar o que sabem.
Oportunidade de tirarem das vistas um pouco da lama colocada pela informação manipulativa e meios que tanto contribuiram para o atrofiamento de nossos pensamentos sobre tudo.
Filosofia, assim como a Poesia, não é a tradução de vesos soltos sobre torradeiras e pesadelos. Não é o cultivo de pêlos no rosto. Assim como a Arte, não é a lata de tinta que por acidente forma uma imagem. É a explicação sobre a essência humana, sobre o verdadeiro rosto de seus sentimentos e de suas marcas na História. Sobre o que se passa conosco, com a natureza e com o Universo.
Explicação que talvez nunca nos dê o conhecimento pleno, mas que engendra uma trilha de buscas e passos que por vezes tropeçarão, mas que tropeçarão por caminharem segundo seu próprio discenimento e consciência.
Tropeços que são mais dignos e preferíveis do que uma vida de passos retilíneos e firmes que assim o são porque andam presos a fios e correntes enlaçados em seus pés; fios e correntes guiados por mãos de rostos ocultos.
*Ignorância: segundo Platão, em “As Leis”: “amar o que é injusto e odiar o que é justo”.
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