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17 de agosto de 2009

A vida espiritual


Por Luis Carlos Marques
Diretor de Nova Acrópole


Hoje, em geral, se confunde espiritualidade com crença. Se diante da pergunta “Você é um espiritualista?” a resposta for sim, segue logo outra pergunta: “Em que você acredita?”. Espiritualidade está virando sinônimo de crença. E, na maioria das vezes, essa crença é alimentada pela esperança de se obter vantagens materiais. Predomina assim, uma estranha forma de “espiritualidade” fundamentada em dogmas (crença irrefletida) e movida por interesses materiais.

A consciência para atuar necessita fazer relação. A criança, ao considerar o pai como sendo grande e a sua mão como pequena, está, sem perceber, fazendo a relação dessas duas grandezas com o seu próprio corpo. É o primeiro estágio de manifestação da consciência, estabelecer juízo de valor tomando como referência o próprio corpo. Com o passar do tempo, essa criança irá descobrir que a mão é grande quando comparada com a agulha de costura da mãe e o pai é pequeno quando comparado com o seu ídolo que joga futebol.

Numa visão puramente materialista a chupeta teria, para essa criança, mais valor do que a agulha (porque tem mais matéria) e o pai menos valor do que o jogador de basquete. Mas isso na prática não ocorre. Essa criança continuará amando mais o próprio pai, apesar do tamanho, e preferirá, com o tempo, a agulha porque irá compreender o bem maior que essa ferramenta é capaz de produzir para si mesmo e para os demais. O juízo de valor fundamentado no amor e na necessidade irá prevalecer sobre o juízo fundamentado na relação puramente material. A espiritualidade é uma atitude natural do ser humano.

A proposta de Nova Acrópole é resgatar essa espiritualidade natural do ser humano que o possibilita ver além da matéria. Assim, ao olhar uma flor poderá ver também um altar ou a sua amada; ao olhar o pôr do sol, poderá ver uma poesia; diante de um problema, verá uma oportunidade; diante das estrelas, verá o infinito; ante outro ser humano, poderá ver melhor a si mesmo; ante a si mesmo, poderá ver os mistérios do universo; diante dos mistérios, poderá ver Deus.

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